7.8.09

O cheiro de mofo.

Em meu quarto amarelo, pelo papel de parede listrado em tons de amarelo e azul com flores claras no rodapé, deprimente ou infantil? Não importa mais. Esse quarto não era pra ser meu, mas eu o possuo agora e é o único lugar seguro, sem riscos, sem críticas ou olhares. Meu cafofo, meu espaço pessoal, minha caverna ou simplesmente quatro paredes. Não demonstra minha personalidade e nem meu eu pessoal, mas eu gosto daqui. É abafado, escuro com um leve cheiro de mofo. Meu lugar de inspiração, com armários cor-de-rosa e ventilador de teto. A chuva não bate na minha janela, por causa do telhado em volta da casa, só assim que abro minha janela quando as gotas caem além do murro, escorem pelo telhado enfim chegam ao ralo. Me apoio na grade, com os pés na bancada de papeis, uma xícara de café e uma música ao fundo de meu computador. Tudo aquilo me conforta e me deixa em paz, nada além de nada, ruídos, barulhos e minha mente virgem consumida pelo mundo.
Com minha calça jeans desbotada, com barra rasgada eu caio no chão, sem poder chorar de dor, por não ter mais cinco anos de idade, abri um sorriso comecei a rir sozinha. Percebi que nada tem a ver comigo, mas tudo bem eu me acostumei com esse modo de viver, não ligo mais se eu quero algo e não sou atendida, se a minha voz não tem diferença no mundo e se o que eu penso não tem importância alguma. me levanto devagar, não me importo com o tempo. Estou dentro do meu mundo, do meu quarto bagunçado, com todos os perigos, mas toda segurança, se algo acontecer que viva minha esperança.



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