22.10.09

O sangue ralo.

A raiva corrida, que não pára de consumir, matando por dentro, com medo de que um dia não sobreviva ao mundo e ter que parar de se mover tão rapidamente. Como todos os dias, sem tempo para respirar, ouvir, pensar. Correndo o sangue ralo por falta de descanso, com olhos fundos e arroxeados o sono atrasado de anos e anos de uma vida corrida.
A casa abandonada pelos dias, a porta se movimenta, o cheiro de mofo assume seu lugar, a poeira acumulada enfeita os móveis. As cortinas nunca são abertas, a geladeira com comida apodrecida. O vento já cansou de bater nas janelas e chamar o dono, pois nunca tem ninguém ali.
O relógio desperta e a máquina se levanta para mais um dia de correria, mesmo cansado, não assume seu sono, pois o mundo não importa com a fraqueza, para todos é apenas uma fonte de força, assim por mais anos e anos continuam queimando seus neurônios e envelhecendo seus corpos.

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