26.9.09

Ninguém nunca vai entender.

Ninguém entendeu o motivo do seu sorriso, do seu andar que parecia mais uma dança. A felicidade estava estampada em seu rosto, corpo e deitada em seus ombros. Movimentando lentamente como se a gravidade não tivesse efeito em sua massa. Sorria para as paredes e tratava a todos agradavelmente. Não havia problemas. Ela descia as escadas cantando e exalava flores pelos degraus. Algo tinha acontecido, isso todos tinham percebido, mas ninguém sabia o motivo. Até que sua felicidade virou normalidade, seu sentimento constante.
Ninguém entendeu o motivo de um dia ela chegar sem seus livros, de cabelos soltos e negros, com um novo vestido curto e amassado, de botas cano alto pisando duro em seus cadarços. Muitos nem a reconheceu quando brutamente ela passou por seu caminho. Aumentou a voz com seu chefe, dizendo que estava indo embora. O estresse a matou e a fez renascer. Ninguém entendeu o motivo, nem ela mesma sabia o que estava sentindo, mas estava sentindo e era bom.
Saindo da biblioteca ela sentou no meio fio, acendeu o seu cigarro e começou a rir. Ninguém entendeu o que acontecia, foi tão bom que ela nunca mais parou. Agora ela esta com um cara tatuado, como seu novo corpo, que nem pertence mais a ela, pois se vendeu para o lado do mal. Hoje e sempre ninguém a entendeu.

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